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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

A Biblioteca

    Oi, gente! Eu voltei! Acho que vocês já perceberam que os dias de publicação no blog estão meio bagunçados. É porque minha mente criativa não funciona de uma maneira linear e em um padrão sequencial. Existem aqueles dias que não consigo pensar com clareza (acontece o tal do embotamento cognitivo). A situação fica pior quando junta-se às distrações. (E é incrível como sempre tem alguma coisa acontecendo ao meu redor). Enquanto isso, me vejo em dias que os textos se fazem fluir muito rápidos e deslizam, facilmente, na folha em branco. Sem mais delongas, vamos seguir ao que interessa, de fato.
    Hoje eu escolhi falar um pouco sobre os imensos e agradáveis espaços de compartilhamento de ideias. Sim, estou falando das nossas conhecidas bibliotecas. Em algumas delas, (ou melhor, a maioria) nos deparamos com ambientes graciosos e diversificados do conhecimento. Um pouco de luz, um bocado de prateleiras e pronto: o lugar perfeito da criação científica ou lúdica. Aquela vastidão de exemplares coloridos preenchem as prateleiras e cada um quer assumir sua posição de destaque nesse meio. Enciclopédias, didáticos, paradidáticos, atlas, antologias poéticas e, entre outros títulos, brigam pelo melhor lugar e disputam a atenção do leitor, que se perde na escolha certa. 
    Particularmente, eu aprecio aquelas bibliotecas confortáveis. Se ler já é uma atividade, essencialmente, relaxante, imagina estar em um lugar, profundamente, acolhedor? Algumas delas são arejadas, tem sofás, cadeiras fofinhas e, quem sabe, um café quentinho que aquece o corpo e o coração, independentemente, do nosso estado de espírito. Claro que o café é mais raro de se ter. Mas, voltando, você pode descansar, quando estiver fatigado de um dia exaustivo, ao inserir-se em um meio familiar, onde a conversa é social e muito inteligente.
    Em uma biblioteca impera a lei do silêncio e, para todos que gostam de estudar, isso é de grande relevância, prioritário e extremamente fundamental. Experimente querer aprender qualquer coisa (não precisa ser a física quântica aplicada) em um lugar de vozes, burburinho e barulho ininterrupto. Nas minha tarefas diárias, estar nestes locais remove de mim toda a paciência que levei anos para conquistar. As décadas de paciência são perdidas em um segundo, dependendo da persona tagarela que não te deixa respirar. Não sei vocês, mas, quanto a mim, dá vontade de sumir para outro planeta.
    Quando mencionei que a biblioteca é um meio familiar, estou lembrando de toda a minha história de vida e, acredito que, não é uma história peculiar, tão difícil, assim, de ser repetida. Do maternal ao término do meu curso superior, estive passeando por bibliotecas. Umas mais simples, outras mais sofisticadas, e me acostumei a levar essa vida. Nelas, eu podia ser quem sou. Podia escrever minhas resenhas e ter uma conversa franca com cada livro. Da patrimonial São Luís até o centro do Brasil, aprendi muita coisa. Vivi atritos, encontrei respostas, dei de cara com o medo e desejei nunca ter saído de dentro de uma biblioteca. Pensamos que é fácil viver a vida "de fora das cadeiras da sala de aula", mas, acabamos nos acostumando a não colocar em prática nossas certezas e o conhecimento ganho vai para o banco de reservas, literalmente.
    Se você nunca teve um contato íntimo com uma biblioteca, ainda há tempo de conhecê-la. Para mim, elas são lindas, impecáveis, recheadas de lições intermináveis. Para mim, elas sempre serão intangíveis, além de misteriosas. Elas te levam para todos os cantos sem ter um passaporte. São tantas viagens alucinantes, imagens que você forma na mente, sem pedir permissão para ninguém. Você não vai encontrar tais experiências em nenhum lugar inexplorado do planeta. Isso eu te garanto.
    Infelizmente, os anos vão passando e as bibliotecas estão sendo esquecidas. É óbvio que é muito bom brincar e conversar, mas, um tempo dedicado à disciplina não pode ser dispensado, nem, tampouco, esquecido. Os livros escondidos na estante também terão depressão, se você, por acaso, decidir não tocá-los nunca mais. Ao menos folhear e ler os títulos para entender suas razões de existir é ato crucial. Acho incrível como nenhum livro é perdido. Existem escritores que fazem um com tanta dedicação e complexidade que, depois, a partir deles, outros livros podem surgir. Inicia-se uma cadeia ramificada de assuntos vitais e inconclusivos.
    A biblioteca de hoje não quer se transformar em um mausoléu. Aquela casa que você tem medo e se nega à uma visita rápida, nem mesmo no Hallooween. Ao se deteriorarem na escuridão, sem fim, elas escondem a luz do saber que a habita. Dão espaço para as traças e teias de aranha substituírem a presença humana investigativa. É muito triste deixá-las escondidas na descrença e conformismo das explicações incompletas dadas pelo professor. Com veemência, o aprendiz sempre poderá superar seu mestre. Alunos sem bibliotecas não tem onde exercerem suas pesquisas aprofundadas para formar o próprio conhecimento genuíno. Eles ficam sem ter onde se apoiar para resolver as indagações que surgem durante o estudo. Isso é muito frustrante para quem quer evoluir. E impedir o crescimento de alguém é podar seu próprio crescimento. Como o saber é compartilhado e os acasos não podem ser previstos, em algum momento da vida, você poderá precisar daquela pessoa despreparada, impedida de ter aprendido um pouco mais, e o lesado da história, inevitavelmente, será você.
    Pessoas tem suas próprias bibliotecas também. Pequeninas, simplórias, mas cheias de vida e parecidas com seus donos. A minha é um projeto inicial, escondido em um armário rústico e antigo no cômodo de dormir. Os livros mais velhos, eu os encapei. Agora estão todos bem conservados na minha estante. Foram doados, a mim, por uma amiga, profissional da saúde. Sou muito feliz em tê-los, mas, pelo andar do tempo, ficaram bastante desatualizados. Ainda bem que temos a Internet para as pesquisas futuras. Muitos artigos científicos sobre todos os assuntos. Isso facilita bastante o universo estudantil. Sejam bem-vindos à rede mundial da aprendizagem, substituta parcial das nossas velhas bibliotecas, as quais serão sempre os lugares preferidos a preencherem a memória existencial e afetiva de cada escritor. Obrigada por me ajudarem a seguir na minha viagem sem volta.



    
    

A Biblioteca

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